Trump admite possibilidade de deportações erradas: “Nada será perfeito neste mundo”

O presidente Donald Trump voltou a causar polêmica ao reconhecer que cidadãos americanos podem ser deportados por engano. A declaração foi feita em entrevista à revista The Atlantic, em que Trump afirmou: “Nada jamais será perfeito neste mundo”, ao ser questionado sobre possíveis erros cometidos em suas recentes ordens de deportação.

A fala ocorre em meio a duras críticas contra sua administração, que tem sido acusada de ignorar o devido processo legal na expulsão de imigrantes. Um dos casos mais emblemáticos envolve Kilmar Abrego Garcia, cidadão salvadorenho deportado erroneamente para uma prisão de segurança máxima. Mesmo após o governo americano admitir o erro, Trump manteve a postura de que ele não deveria retornar ao país, alegando ligações com a gangue MS-13.

A preocupação com deportações equivocadas não é infundada. Um juiz federal da Louisiana afirmou recentemente que um cidadão americano de apenas dois anos pode ter sido deportado para Honduras sem qualquer análise legal significativa. Além disso, o estudante Mahmoud Khalil, residente permanente e ativista da Universidade Columbia, também enfrenta um processo de deportação. Segundo seu advogado, o caso representa uma “farsa do devido processo legal” e um uso político da legislação migratória.

Outro ponto crítico é a utilização da antiga Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798, para justificar deportações em massa. A Suprema Corte autorizou temporariamente o uso da lei, embora tenha afirmado que os deportados devem ser informados e ter a chance de contestar a decisão. A juíza Sonia Sotomayor, em voto dissidente, alertou para o envio de dezenas de imigrantes venezuelanos a prisões estrangeiras sem qualquer garantia legal mínima.

Em declarações recentes, Trump minimizou as críticas ao devido processo. Segundo ele, aguardar julgamentos seria inviável e comprometeria a segurança nacional. “O julgamento vai levar dois anos. Teremos um país muito perigoso se não nos for permitido fazer o que temos o direito de fazer”, declarou. Em sua conta no Truth Social, o presidente escreveu que aplicar o devido processo a todos os casos levaria “200 anos, sem exagero”.

As falas e medidas do presidente têm provocado reações de advogados, juízes e defensores dos direitos humanos. Para eles, erros administrativos, falhas de julgamento e decisões apressadas estão colocando cidadãos americanos e imigrantes legais em risco, além de comprometer princípios constitucionais básicos.

O debate sobre imigração, segurança e garantias legais continua a se intensificar no país, especialmente diante da proximidade das eleições e do impacto direto dessas políticas na vida de milhões de pessoas.

Fonte: the-independent.com

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