
Em uma decisão de grande repercussão, uma juíza federal dos Estados Unidos concluiu que o governo norte-americano agiu de forma ilegal ao deter e cancelar o visto da cientista russa Kseniia Petrova, pesquisadora afiliada à Harvard Medical School.
Petrova foi detida em fevereiro de 2025, ao desembarcar no Aeroporto Internacional Logan, em Boston, após autoridades encontrarem embriões de rã em sua bagagem – materiais que não haviam sido declarados. O incidente levou ao cancelamento imediato de seu visto J-1 e à sua detenção pelas autoridades de imigração.
Contudo, em 28 de maio de 2025, a juíza federal Christina Reiss, do estado de Vermont, decidiu que a revogação do visto foi indevida. Segundo a magistrada, as autoridades imigratórias não apresentaram fundamentos legais suficientes para justificar a ação, especialmente considerando que os embriões eram não viáveis e não representavam qualquer ameaça sanitária ou de segurança.
Apesar da vitória no campo imigratório, Petrova segue detida devido a acusações criminais federais por suposto contrabando de material biológico, e aguarda audiência de fiança no estado de Massachusetts.
A cientista, conhecida por sua posição crítica ao governo russo e por participar de protestos contra a guerra na Ucrânia, teme sofrer perseguição caso seja deportada.
Este caso chama atenção para o tratamento dispensado a pesquisadores estrangeiros nos Estados Unidos e reforça a importância de garantias legais mínimas, mesmo em procedimentos imigratórios. Para profissionais internacionais, o episódio evidencia os riscos que podem surgir, inclusive em situações envolvendo materiais científicos comuns à prática acadêmica.
Fonte: NyTimes
