
Nos Estados Unidos, aproximadamente cinco milhões de crianças cidadãs americanas enfrentam diariamente o temor da deportação de seus pais indocumentados. Essa realidade afeta cerca de 8% das crianças americanas, conforme estudo do Brookings Institution e do Center for Migration Studies.
Um caso emblemático é o de Yoselin Mejía Pérez, de 11 anos, portadora de uma rara doença genética chamada MSUD. Sua mãe, América Pérez Ramírez, enfrenta uma ordem de deportação iminente. Como cuidadora única, América é responsável por administrar a dieta e os cuidados médicos essenciais para a sobrevivência de Yoselin. Se deportada para o México, onde o tratamento é escasso, a vida da menina estaria em risco.
As políticas migratórias atuais têm resultado em separações familiares traumáticas. Em abril de 2025, três crianças cidadãs americanas foram deportadas para Honduras junto com suas mães, sem o devido processo legal e acesso a advogados. Uma das crianças, de quatro anos, sofre de câncer em estágio avançado e foi enviada sem medicação ou acompanhamento médico adequado.
Especialistas alertam para os impactos psicológicos severos dessas separações, incluindo estresse tóxico e transtornos de desenvolvimento. A ausência de políticas que priorizem a unidade familiar agrava a situação de vulnerabilidade dessas crianças.
Diante desse cenário, é fundamental que políticas migratórias considerem os direitos das crianças e a importância da manutenção da unidade familiar, garantindo que decisões legais não comprometam o bem-estar e o futuro de cidadãos americanos em formação.
Fonte: EL PAÍS
